Nosso amigo, Valdir Comegno, acaba de lançar mais uma obra referencial para os pesquisadores da radioteledifusão, estudantes de comunicação social e simpatizantes. Trata-se do livro "História Através dos Tempos: Cinco Décadas de Rádio, Cinema e Teatro Paulista". Confira a resenha do Jornalista Marcelo Bonavides Castro, sobre essa fascinante obra:
A história de São Paulo sempre foi muito rica
e interessante. Isso se confirma com o livro Histórias através dos tempos, que apresenta vários aspectos do
rádio, cinema e televisão paulistana durante cinco décadas do século XX.
Valdir
Comegno consegue prender nossa atenção ao discorrer sobre a história da vida
cultural de São Paulo. Acompanhamos como o paulistano vivia nas primeiras
décadas do século passado, a chegada da luz elétrica em 1905, os cinemas, como
o Cine Santana ou o Cine Bijou-Theatre, a inauguração do Theatro Municipal de
São Paulo, em 1911, a Semana de Arte Moderna de 1922, o surgimento edificações
como o Palacete Santa Helena e o Edifício Martinelli, entre tantos outros
acontecimentos, como a Revolução Constitucionalista de 1932.
Entramos
na era do rádio em São Paulo, com a primeira emissora instalada na capital
paulista, a SQIG Sociedade Rádio Educadora Paulista, em 1924. Abre-se um
capítulo fascinante para nós, que temos a oportunidade de conhecer os
responsáveis pela bem sucedida trajetória do rádio nessa Capital. Rádio
Cruzeiro do Sul, Rádio Sociedade Record, Rádio Cosmos, são algumas das muitas
emissoras que tinham em seu elenco profissionais do quilate de Vicente
Leporace, Murilo Alves, Blota Jr., Agripina, Alzirinha Camargo, Raul Torres,
Capitão Furtado, Vassourinha.
Ainda
podemos sonhar com as radionovelas relembradas no livro e seus astros e
estrelas. Começamos a trajetória ainda em 1929, com um radioteatro apresentado
pela Companhia Teatral de Raul Roulien, na Rádio Educadora de São Paulo, e
chegamos aos anos 40 com a radionovela Quo
Vadis, de Otávio Gabus Mendes, que trazia no elenco Lia de Aguiar, Cacilda
Becker, Fernando Balleroni, Álvaro Augusto, e até o próprio autor como
radioator.
Revemos
emissoras como a Tv Tupi Difusora – PRF-3, de Assis Chateaubriand, marcando o
início de uma nova fase no Brasil, a era da Televisão. A programação de
inauguração das transmissões ocorreu em 18 de setembro de 1950 contou com
Homero Silva, seguido pela atriz Iara Lins e Lolita Rodrigues, que cantou o Hino da Televisão, da autoria de Marcelo
Tupinambá e Guilherme de Almeida.
Entre
outros marcos da história da TV, o livro nos traz ainda a inesquecível Hebe
Camargo, as primeiras telenovelas, programas de auditórios e programas humorísticos.
A
magia do cinema nos faz lembrar as grandes companhias Vera Cruz e Maristela e
de diretores como Adolfo Celi e Tom Payne.
Caiçara, Tico Tico no Fubá e O Cangaceiro são alguns filmes retratados, bem como as estrelas
Célia Biar, Tônia Carrero, Eliane Lage, Marisa Prado, Ilka Soares, Mazzaropi,
Anselmo Duarte, Renato Consorte, entre tantos outros.
A
música caipira tem sua história contada e bem representada por seus pioneiros
Cornélio Pires, Mandi e Sorocabinha, e com seus seguidores Cascatinha e Inhana,
Irmãs Galvão, Nhô Pai, e também a primeira dupla feminina, Irmãs Castro.
Um
dos pontos altos do livro são as biografias e depoimentos recolhidos pelo
autor. Juanita Cavalcanti, Solon Salles, Isaurinha Garcia, Dircinha Costa,
Neide Fraga, Cinderela, Elza Laranjeira, Lolita Rodrigues, leny Eversong,
Inezita Barroso, Germano Mathias, Osny Silva, Adoniran Barbosa, são alguns dos
retratados. O relato de artistas como Izaura Marques, Vida Alves, Cesar
Monteclaro, enriquecem nosso conhecimento e colaboram para contar uma
importante fase de nossa cultura.
Valdir
Comegno consegue reunir em seu livro toda a beleza e fascínio de uma época
especial para a cultura de São Paulo e do Brasil. Um registro de um tempo que
permanecerá inesquecível.
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Circulou na página 02 do Jornal Diário da
Manhã, Passo Fundo (RS), em 22.11.2012 *Todos
os direitos reservados pelo autor. Proibida a reprodução total ou
parcial deste artigo, sem prévia autorização do titular.,
Gilberto Inácio Gonçalves: Amor Incondicional Pelos Discos de 78 RPM
* Por Hugo Kochenborger da Rosa
Fora do consultório, o Dr. Gilberto Inácio Gonçalves (54), revela outra faceta bem distante do universo bucal.. O Dentista é um dos mais entusiásticos colecionadores de antigos discos 78 RPM da capital paulista. Em um rápido (e animado) papo; conseguimos apurar maiores detalhes a respeito dessa paixão de Gilberto. Confira a seguir:
Hugo - Desde quando você tem se dedicado ao colecionismo fonográfico e porque exatamente optou por enfatizar principalmente em seu acervo os antigos 78 RPM?
GG - Comecei a comprar discos desde criança, mas eram bem poucos e sempre os fui guardando. Quando me formei, comecei a comprar mais lps e praticamente tudo o que saia e que era do meu gosto pessoal eu comprava. Assim fui tendo um bom acervo de música brasileira e de jazz. Os 78 vieram bem depois. Quando estava com uns 35 anos me lembrei de algumas músicas que escutava na casa de minha avó materna quando era criança., perguntei a minha mãe que músicas eram aquelas e ela me disse quais eram. Fui a alguns sebos pra ver se eu achava e não só achei os discos que eu procurava, como mais um monte e a preço de banana.....e não resisti a pechincha ( na época era, hoje não é mais) .Comprei um toca discos para tocar os 78 rpm e fui me apaixonando pelo que ia ouvindo. Fui comprando cada vez mais o que ia achando, até que resolvi dar uma organização melhor, entrei em contato com outros colecionadores e fui aprendendo mais coisas e muitas curiosidades sobre os discos e sobre as gravações.
Hugo - Você tem idéia de quantos discos possui atualmente na coleção?
GG -Tenho mais ou menos uns 3000 lps. 78 rpm devo ter cerca de uns 13 a 14 mil. Todos organizados em estantes e por ordem alfabética.
Hugo -Relacione alguns dos títulos que merecem destaque em sua coleção, seja por serem considerados obras raras, seja por mera curiosidade ou mesmo por questão de gosto pessoal GG -Gosto muito da minha coleção da Carmen Miranda que eu me dei de presente de aniversário quando fiz 40 anos ( Apareceu um senhor querendo vender 120 discos dela de uma vez....e eu comprei). Fiquei "duro" uns 6 meses,mas valeu a pena (risos..).. Gosto também dos discos da Aracy Cortes ( “Tem francesa no morro”) , da Aracy de Almeida ( “Fez bobagem”, “Camisa amarela”), Almirante (“Galo garnizé”, “Eu vou pra vila”, “Tudo em p”). Se fosse falar todos os que eu gosto.....ia encher um livro.
Gilberto e sua fantástica coleção de discos
Hugo- Você tem noção o quão determinantes são, colecões particulares como a sua para a preservação da trajetória da música universal?
GG- Sim, há um tempo atrás, fui a um conhecido centro cultural da cidade para doar minha coleção para a cidade. O tal centro deixava os discos todos jogados em um canto, sem o menor cuidado, não tinha arquivos do que tinha em acervo, não tinha toca-discos para tocar os discos...e muito menos, projeto para digitalizar o acervo para pesquisa. Desisti. Resolvi ficar com os discos e cuidar deles eu mesmo. Se alguém me pede alguma coisa, eu deixo consultar à vontade. Mesmo as gravadoras também não tem nada . Quando foram feitas as caixas da Carmen Miranda (na EMI Odeon e na Victor), eles pediram os discos emprestados aos colecionadores. Não tinham nenhum disco. Do Orlando Silva e do Francisco Alves foi a mesma coisa. Se não fossem os colecionadores particulares muita coisa já tinha se perdido. Só uma pessoa é digna de nota. O Sr. Leon Barg (fundador da gravadora Revivendo, já falecido); que lançou muita coisa do seu acervo particular e possibilitou a muita gente conhecer coisas fantásticas de nossa música .
Hugo -Como você vê técnicamente falando, as diversas fases de nossa indústria fonográfica, ou seja, a mecânica, 1902-1929, a elétrica, a partir de 1929 e ainda o advento do aparecimento dos primeiros Lps brasileiros (1952), a alta fidelidade (1957) e quase que simultâneamente o surgimento da estereofonia?
GG -É uma evolução natural na maneira de gravar o som, ainda que as nossas gravações sempre fossem mais deficientes em relação ao que se fazia no exterior. Você ouve um disco de 1902 americano e um nosso de 1910......O americano é infinitamente melhor do que o nosso. Talvez por sermos um pais pobre, com um mercado pequeno, as gravadoras faziam de qualquer jeito . É só você escutar um lp prensado no Brasil e o mesmo lp prensado fora daqui. Mesmo nossos cds tem o som mais deficiente do que os feitos fora. Não sei o porquê disso, mas sei que é o que ocorre.
O colecionador rodeado por seus Lps
Hugo -Quais os artistas de maior popularidade na então nascente indústria do disco?
GG -Bahiano e Eduardo das Neves reinaram na gravação mecânica.. Na elétrica sem dúvida nenhuma são: Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e Carlos Galhardo. As cantoras: Carmen Miranda, as irmãs Batista, depois Dalva de Oliveira e Ângela Maria.
Hugo -Além de discos da Casa Edison, você possui obras da Casa A Electrica de Porto Alegre?
GG -Não. Já vi vários discos do selo "Gaúcho", mas não possuo nenhum. Só tenho um do selo “Phoenix”, que também era editado por Savério Leonetti, dono da Fábrica de discos "Gaúcho". O “Boi Barroso” que eu tenho é da casa Edison com “José Greid e coro”; e não com o Moysés Mondadori (que é a gravação original pela discos Gaúcho)
Hugo- O que significou o advento da radiofonia para os artistas do disco?
GG -Uma maneira de serem conhecidos pelo grande público. Os discos eram de circulação restrita a quem tinha um toca-discos e eram caros. Mesmo os discos também o eram para a maioria da população na época. O rádio era a maneira para os artistas ficarem conhecidos do grande público em todo o Brasil.
Gilberto: Um guardião da cultura sonora brasileira
Hugo -...E a partir dos anos 30, mencione alguns artistas de seu apreço
GG -Gosto muito de alguns cantores que não são tão conhecidos. Tem a Jesy Barbosa, a Yolanda Ozório, a Elisa Coelho que não são tão famosas. Mas Carmen Miranda, a Aurora Miranda, Aracy de Almeida, Aracy Cortes são o máximo. Francisco Alves, Almirante gosto demais. Mas tem outros que não são tão famosos que eu gosto: Leonel Faria, Luis Barbosa, Gastão Formenti.
Hugo- Existe alguma estatística de quantos títulos foram fabricados no Brasil no período dos 78 RPM, em termos de artistas nacionais?
GG- Parece que foram mais ou menos uns 25 a 28 mil discos ( mais ou menos umas 50 mil músicas ) Não dá pra ter certeza porque as gravadoras aqui no Brasil não eram muito organizadas. Tem aquele registro da Funarte que lista todas as obras que foram lançados por aqui em 78rpm.
Hugo - E os Lps, o que você falaria deles?
GG -Prefiro muito mais o som dos lps do que o som dos cds. Tenho grande quantidade de lps também, e sempre os estou escutando. Considero o som dos lps muito mais quente do que os do CD. Acho o som dos CDs "metálicos". Pode até ser uma impressão particular minha, ou do meu ouvido; mas é o que eu acho.
Hugo -Além de amante dos discos, você também tem se dedicado a pesquisa de antigos programas da Era de Ouro do Rádio. Quais desses programas você destacaria como preponderantes na história do rádio brasileiro?
GG- Gosto muito do PRK30 do Lauro Borges e Castro Barbosa. Só ouvi falar dos programas do Almirante, mas nunca tive a oportunidade de escutar nenhum deles. Adoraria ouvi-los um dia. Li alguns livros do Almirante e o acho o máximo. E também gostaria de poder algum dia escutar algum programa do Ary Barroso. Quem sabe o IMS tenha algum deles e coloque para consulta como eles fazem com os discos do acervo deles...
No mês em que Karen Carpenter completaria 62 anos, se viva fosse, o Insert presta uma homenagem aos Carpenters, duo musical formado por ela e seu irmão Richard, e cujo sucesso foi uma constante nas paradas de todo o mundo entre os anos 70 e início dos anos 80, atingindo uma vendagem que ultrapassou em muito a barreira das 100 milhões de cópias, de seus álbuns. Ao longo de quase 14 anos de carreira, os Carpenters obtiveram 10 compactos consecutivos entre os três primeiros lugares da parada norte-americana, receberam 3 prêmios Grammy (o Oscar da indústria fonográfica) e nada menos que 17 discos de ouro. Além disso, a dupla foi homenageada com sua própria estrela na famosa “Calçada da Fama”, em Hollywood, Califórnia. Confira a seguir o nosso bate-papo com o Presidente do Fã-clube oficial dos Carpenters por aqui, o Brazilian Carpenters Friend´s Club. Na conversa, Sydney F. Júnior fala do fã clube e relembra com muita emoção, a única visita dos irmãos ao Brasil. Confira!!
Hugo - De que forma você começou a curtir o som dos Carpenters?
Sydney Ferreira Júnior (SJ) - Bem, nos idos de 1974, quando eu tinha 13 anos, uma amiga da escola, Eliane Vaccai, que já era fã dos Carpenters, não parava de falar da nova musica Please, Mr. Paul... (como eu entendia o nome). Somente depois fui perceber que na verdade, Mr. Paul tratava-se de Please Mr. Postman (risos).
Ela tanto insistiu que eu acabei ouvindo a musica e... realmente gostei! No dia seguinte, Eliane apareceu com alguns compactos dos Carpenters para me emprestar e quando cheguei em casa fui imediatamente escutá-los. Ai veio a surpresa, quando descobri que For All We Know, Yesterday Once More e Rainy Days and Mondays, musicas que eu já gostava muito, eram justamente dos Carpenters!!! Foi assim que teve início a paixão pela dupla, e o começo da correria em busca de seus álbuns e compactos, pois ainda que entre eles algumas músicas se repetissem, todos eles vinham com capas diferentes e que sempre me chamavam muito a atenção. Começava ali um novo rumo para a minha vida, regido pela musica dos Carpenters...
Hugo - Quando e como foi fundado o Brazilian Carpenters Friend’s Club?
SJ - Gostando deles já há cerca de dois anos e inclusive tendo obtido diversas respostas do fã- Clube oficial da Califórnia, administrado pela própria dupla, nas pessoas de suas secretarias executivas, Evelyn Wallace e Rosina Sullivan; Comecei , em conjunto com a amiga Gabriela Favre, de São Paulo, a amadurecer a idéia de montar o fã-Clube brasileiro dos Carpenters. Decidimos encarar a empreitada com seriedade, buscando inclusive o reconhecimento oficial dos próprios irmãos para colocar em prática tal iniciativa. E foi exatamente isso que aconteceu. Richard e Karen pediram apenas que mudássemos o nome original, Brazilian Carpenters´ Fan Club, pois o nome com Fan Club era patenteado deles e não deveríamos usar, assim tivemos que bolar um nome alternativo. Foi ai que veio a idéia do Friends Club, muito mais significativo por sinal. Após Gabriela Favre, o BCFC teve como vice-presidentes Silvia Helena Gomes, Ana Lucia Lodi Ribeiro e Fátima Gonçalves. Nesta época criamos as diretorias regionais de São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, que eram dirigidas respectivamente por Marisa Xavier Bomfim, Márcia G e Karin Hoffmann...
Hugo - Como era o relacionamento de vocês com o Carpenters International Fan Club, ou seja, o fã-clube oficial americano de Karen e Richard?
SJ - Nosso relacionamento era de total colaboração,não só de nossa parte, com da parte deles... Sempre nos ofereceram todo e qualquer respaldo para que pudéssemos administrar da melhor forma a imagem de Karen & Richard no Brasil...
Hugo - Sabemos que já na segunda metade dos anos 70, havia muita interação entre o fã-clube brasileiro e a própria gravadora que representava na época, a etiqueta dos Carpenters, A&M Records, ou seja, a EMI-Odeon. Como se processava esse relacionamento entre vocês?
SJ - Bem, a minha chegada a EMI Odeon se deu como a de um fã normal que gostava de seus ídolos. Mas quando Antônio Carlos Duncan, na época Gerente Nacional da A&M, percebeu o quanto eu gostava, passei a ser tratado de forma muito especial e realmente foi através da Odeon que pude conseguir também muitas coisas para poder crescer o acervo do BCFC. Sem duvida nenhuma, os ajudávamos muito também, inclusive na divulgação dos novos lançamentos e afins...
Parte da memorabilia dos Carpenters de Sydney F. Júnior
Hugo - Que tipo de programação a turma do Friends Club fazia pra agitar o nome dos Carpenters na época?
SJ - Além de nossas reuniões bimestrais, fazíamos muitas visitas à rádios, levando músicas inéditas e gravações ao vivo na época, como as do álbum Live in Japan e depois do Live At London Palladium. O fato é que éramos recebidos com carinho em muitas rádios cariocas, dentre elas, Rádio Cidade, Radio Jornal do Brasil, Rádio Imprensa e Rádios Manchete AM e FM. Chegamos também a participar de diversos programas de TV, dentre eles, o do Monsieur Lima, que nos ajudou e muito a promover a imagem dos Carpenters e do BCFC. Em 1987, fizemos nosso primeiro Encontro Nacional, com cerca de 80 fãs...
Hugo - Entre 1979 e começo de 1981, a dupla resolveu ” dar um tempo”. De que forma essa notícia chegou até vocês?
SJ - Bem, na verdade esta noticia não chegou propriamente de forma oficial até a gente. Nós cobrávamos muito o lançamento de um novo álbum, após o magnífico Christmas Portrait. (1978).. Inclusive, foi para preencher esta lacuna que a Odeon acenou lançando nesta época a primeira coletânea brasileira dos Carpenters, o Classics, que teve grande sucesso de vendagem. Mas na verdade, em 1980, tomamos conhecimento de que Karen estava em estúdio gravando seu álbum solo, o que nos surpreendeu, pois achávamos que esse trabalho individual, poderia prenunciar um provável fim dos Carpenters. Neste período também houve a mudança da representação do selo A&M no Brasil, passando para a CBS. Na época, considerei uma tragédia, pois na Odeon, já tinhamos um grupo de amigos entre os executivos da gravadora que praticamente faziam parte do Friends Club. Já na nova casa, a CBS, teríamos que construir todo um relacionamento novamente.
Hugo - Como foi ter tido o privilégio de ser convidado pela gravadora EMI-Odeon para escolher a foto para o lançamento de um novo compacto da dupla no Brasil?
SJ - Realmente foi muito especial. Aconteceu num dos dias em que eu, já como visitante assíduo da Odeon, fui chamado pelo Duncan para dizer qual era a foto dos Carpenters que eu mais gostava dentre as que ele havia me presenteado. Considerei a do gatinho muito meiga e passava algo especial da Karen para com o publico. Foi aí que ele me deu a noticia que a foto apontada seria a próxima capa de compacto duplo, no caso, “Carpenters Quatro Sucessos, volume 3”. Foi realmente algo mais do que especial para mim. Fiquei muito emocionado!!
Carpenters 4 Sucessos Vol. 03 (1976)
Richard, Sydney e Karen na Rádio Cidade (Rio de Janeiro)
Hugo - Como eram Karen e Richard pessoalmente?
SJ - Bem, Karen e Richard se mostraram muito simpáticos desde o primeiro momento, pessoas completamente normais. Karen já demonstrava sua dieta, na época ainda desconhecidas as causas por nossa parte (anorexia era um tema extremamente obscuro , nem se falava sobre isso). Observávamos apenas que além de muito magra, ela espalhava a comida no prato e pouco comia. Pude observar isso em nosso almoço no prédio da Rádio Cidade. Cantamos juntos por muitos minutos nos estúdios da emissora e ela aceitou plenamente dividir o duo comigo. Era muito engraçado, pois a musica ia ao ar na rádio e a Karen em off encostada na parede ia cantando e eu, a acompanhando. Certamente este talvez tenha sido um dos momentos mais significativos que tive ao lado dela durante essa visita ao Brasil.
Hugo - A dupla ficou de retornar no ano seguinte e de incluir o Brasil na próxima tournée. Quando 1982 acabou e a dupla não apareceu, vocês ficaram ressentidos? Perceberam que havia algo de errado?
SJ - Nunca houve qualquer ressentimento nosso, pois havia ficado muito claro aos nossos olhos e pelas conversas que tivemos, que a Brasil os tinha surpreendido e muito e que a apresentação da dupla no próximo ano estava mesmo confirmada. Quando isso não ocorreu, confesso que houve uma certa frustração, mas eu realmente entendia que se não tinha acontecido, era por que algo os impedia de fazer os shows. Tínhamos pleno conhecimento que eles não estavam fazendo shows em nenhum lugar, ou seja, não era uma exclusão ao Brasil e sim a impossibilidade de realizá-los, pelos motivos que mais tarde tornaram-se evidenciados pelo que veio a acontecer. E com isso, o Brasil guarda a marca de ter tido a ultima apresentação publica dos Carpenters em sua Carrera, ocorrida em um “pocket show “ no Shopping Sendas , no dia 5 de novembro de 1981...
Karen Cantando "Close To You" no Shopping Sendas. Foto Sydney F. Júnior
Hugo - O que significou para você o dia 4 de fevereiro de 1983?
SJ - Um dos dias mais tristes da minha vida... O mais engraçado é que parece que presenti algo estranho, pois me peguei chorando no meio da rua e ao chegar a faculdade não me senti em condições de fazer a prova que tinha marcada para aquele dia, mesmo sem saber absolutamente de nada do acontecido. Ao chegar em casa, vi uma movimentação muito grande e achei estranho. Imaginava que fosse algo relacionado aos Carpenters, certamente, mas não imaginava nem de longe a gravidade da noticia que eu iria receber a seguir. Minha mãe tentou minimizar, dizendo que os Carpenters tinham acabado e vendo que eu não dei muita atenção, posto que já tinham acabado uma vez, ela reuniu coragem e decisiva falou que a Karen tinha falecido!! Foi um choque e lembro que fui para o meio da rua olhar para o céu na tentativa de encontrar a estrela mais brilhante... Deus tinha acabado de levar para junto dele aquela que eu tanto amava...
Hugo - Com a morte prematura de Karen, com apenas 32 anos, o que o BCFC fez para não perder o rumo e estar atuante ainda hoje?
SJ - Com a morte de Karen, nós do Friends Club, por mais que pudéssemos ter motivos para estarmos desmotivados, pelo contrário, trabalhamos com mais empenho e conseguimos unificar o Fan Club a nível Brasil, com as diretorias regionais e com isso delegando também, a outras pessoas a possibilidade de nos ajudarem nesta divulgação. Muitas novidades apareceram, tais como o álbuns póstumos Voice of the Heart, An Old Fashioned Christmas, Lovelines e ainda um disco solo do Richard, chamado Time. Durante este tempo ainda mantivemos muitas atividades e contatos. Com o advento da Internet, consegui montar o Site do BCFC e com isso um novo dinamismo na divulgação dos Carpenters, mas com a evolução do site e do número de visitantes no mundo inteiro, acabamos por não ter recursos para mantê-lo em provedor pago e que dispusesse banda suficiente para o nível de visitação que recebíamos. Buscamos então as redes sociais para continuar conseguindo unir os fãs brasileiros e mundiais desta banda tão especial para todos nós...
Hugo - O que você achou dos dois álbuns solos de Richard lançados pós-Carpenters: Time (1987) e Pianist, Arranger, Conductor (1996)?
SJ - Bem, são dois álbuns completamente diferentes em si. Acho que Richard errou feio ao lançar o Time tendo por carro-chefe uma musica em que dividia os vocais com outra interprete (Dusty Springfield), dando a impressão para muitos, que queria voltar com os Carpenters com uma nova interprete. O disco era maravilhoso e muito bem produzido, com convidados especiais como Dusty, Dionne Warwick e o fantástico menino Scott Grimes. Mas, na minha opinião, Richard tinha que ter lançado como carro chefe do álbum, "Calling Your Name Again" ou "I'm Still Not Over You", músicas interpretadas exclusivamente por ele e ambas de sua autoria. Quanto à Pianist, Arranger, Conductor, foi um álbum também muito bem produzido, poderia dizer até, impecável, onde ele apresentou a inédita Karen´s Theme, mas que parece não ter empolgado muito seu publico.
Hugo - Qual seu top 5 dos Carpenters (as cinco canções das quais você mais gosta)?
SJ - Crystall Lullaby ( Para sempre a número 1 )
- Only Yesterday ( O sucesso mais profundo da voz da Karen )
- Love Me For What I Am ( Emocionante )
- You ( Combinação perfeita de letra, musica e voz )
- Do you hear what I hear ( A emoção que eu tive ao ouvi-la pela primeira vez, sem imaginar que em determinado momento, Karen começaria a cantar após o solo inicial de Richard... Foi uma emoção sem tamanho )
Os Carpenters vieram ao Brasil especialmente para o lançamento do LP "Made In America"
Diário dos Carpenters no Brasil
Durante a visita da dupla ao Brasil, Sidney F Júnior registrou detalhadamente toda maratona de programação vivida por Richard e Karen. Pinçamos desses apontamentos os principais lances dia a dia. Confira!!
01.11.1981 (Domingo)
Pontualmente às 15hs, Karen e Richard desembarcam de um Concorde no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro (atual Tom Jobim), causando alvoroço entre os fãs e entusiastas presentes. Apesar do corre-corre, Sydney conseguiu trocar algumas palavras com a dupla, apresentando-se como o presidente do BCFC.
02.11.1981 (Segunda-feira)
Os Carpenters descansaram no Hotel Caesar Park, no Leblon, e por perto da hora do almoço, passearam pela praia, ali perto. Karen ficou apaixonada pelo colorido da moda-praia carioca e a musicalidade das melodias entoadas pelos vendedores de limão e mate chamando a atenção para o seu pequeno comércio. A tarde visitaram o Corcovado e o Cristo Redentor, e lá foram reconhecidos por mais fãs, para quem se demonstraram muito atenciosos e com quem tiraram inúmeros retratos. Richard comprou uma camisa vermelha com o Cristo Redentor discretamente estampado no canto esquerdo em cor branca.
03.11.1981 (Terça-feira)
Sydney e a vice-presidente do Fã-Clube, Sílvia, foram convidados a almoçarem juntos a Karen e Richard. Na verdade eles pouco ou nada conseguiram comer, dada a emoção daquele momento tão especial. Em seguida acompanharam a dupla de irmãos até os estúdios da Rádio Cidade FM, onde os americanos relembraram os grandes momentos de sua carreira, entrevistados pelo locutor Fernando Mansur. Cantarolaram algumas músicas e falaram sobre o novo álbum, Made In America. Durante a tarde, eles foram aos estúdios da Rede Globo de Televisão para gravar suas participações nos Programas Geração 80 ( Back in My life Again / Close to You / We´ve Only Just Begun ) e Globo de Ouro ( Touch Me When We´re Dancing ).
Entrevista Rádio Cidade (Rio de Janeiro) 03.11.1981 - (cortesia BCFC)
Carpenters Close To You TV Globo 03.11.1981 (cortesia BCFC)
Carpenters (Want You) Back In My Life Again TV Globo 03.11.1981 (cortesia BCFC)
Carpenters We've Only Just Begun TV Globo 03.11.1981 (cortesia BCFC)
04.11.1981 (Quarta-feira)
Logo ao acordar, Richard e Karen tomaram café da manhã e partiram para o aeroporto Santos Dumont, onde embarcaram para São Paulo, afim de visitarem diversas emissoras de rádio e televisão para divulgarem seu novo álbum. Chegaram às 10 horas da manhã, sendo recebidos por inúmeros fãs. Em seguida estiveram nas Rádios Cidade de São Paulo, Jovem Pan II, Manchete e Antena 1. Ainda estiveram na sede da gravadora CBS, onde encontraram a cantora Kátia. Após os compromissos profissionais foram ao Shopping Iguatemi, onde na loja de discos Hi-Fi compraram muitos discos de música brasileira e tiraram mais fotos com fãs. A seguir, retornaram ao Rio de Janeiro.
Carpenters - Entrevista Rádio Cidade (São Paulo) 04.11.1981 (EM QUATRO PARTES)
05.11.1981 (Quinta-feira)
Passearam na praia e depois foram ao Morro da Urca com uma equipe da Rede Globo gravar o clipe brasileiro de Touch Me When W’ere Dancing. Apesar do tempo fechado, o clipe ficou muito legal e foi levado ao ar no Fantástico de 15.11.1981.
Carpenters Clipe Brasileiro de Touch Me When We're Dancing TV Globo 05.11.1981 (cortesia BCFC)
Depois fizeram um pequeno “pocket show”promocional, nas dependências do Shopping Sendas (atual Shopping Grande Rio), acompanhados de playback.
Pela manhã visitaram a Rádio Globo, onde deram entrevistas e posaram para fotos de divulgação. Almoçaram com o empresário Adolpho Bloch, dono da poderosa Revista Manchete. Concederam a seguir entrevistas para as rádios Machete AM e FM. Mais tarde esbanjaram simpatia ao serem entrevistados e fotografados para a Revista Amiga. À noite, Richard e Karen participaram de uma entrevista coletiva à beira da piscina do Hotel Caesar Park.
07.11.1981 (Sábado)
Karen e Richard escolheram a manhã para preparar as malas. Depois fizeram uma rápida visita a Feira da Providência e em seguida receberam uma lembrança carinhosa do Brazilian Carpenters Friends Club: Richard uma caneta folheada a ouro e Karen um lindo almofadão do Mickey Mouse (seu personagem Disney favorito). Naquela mesma tarde, cansados, mas felizes foram ao aeroporto do Galeão, onde embarcaram em um avião da Pan Am rumo a Los Angeles, não sem antes despedirem-se dos fãs que os acompanharam durante sua permanência no Brasil .
Circulou no caderno de cultura "Blitz" da rede de radios e jornais Diário da Manhã, encartado em comum nos jornais de Passo Fundo, Carazinho e Erechim (RS), em 16.03.2012 *Todos os direitos reservados pelo autor. Proibida a reprodução total ou parcial deste artigo, sem prévia autorização do titular.,
19 de janeiro de 1982 poderia ter sido apenas mais um dia como outro qualquer na vida dos brasileiros, não fosse por um fato que abalaria para sempre os rumos da MPB. Naquela manhã, faleceria precocemente Elis Regina de Carvalho Costa, considerada por muitos críticos como “A Melhor Cantora do Brasil”. Elis tinha então, somente 36 anos de idade.
Você diz que depois dela, não apareceu mais ninguém..
Os 36 anos bem vividos de Elis Regina, contudo, foram suficientes para que a cantora deixasse um incrível legado, que até sua morte somava 27 Lp’s, 14 compactos simples e seis duplos, totalizando 24.000 cópias vendidas. Dias após uma autópsia revelaria: A causa mortis atestada teria sido uma nefasta combinação de uísque e cocaína. A bebida alcoólica teria sido o elemento responsável pela potencialização dos efeitos da droga no organismo da cantora, levando-a ao óbito.
Elis Regina não era, paradoxalmente ao que muitos apressada e injustamente concluíram na época, uma usuária inveterada de drogas. Pelo contrário: A droga teria sido introduzida em sua vida no início de 1981, ou seja, apenas um ano antes, quando Elis esteve em viagem aos EUA, onde tratava sobre a gravação de um disco com o saxofonista Wayne Shorter. Antes disso, a cantora, quando muito bebia uma cervejinha misturada com vodka.. Talvez a pouca intimidade da “Pimentinha” (como era conhecida por seu temperamento forte), com as drogas, tenha justamente sido o principal agente disparador da fatídica claquete da cena final de sua vida...
Nada Será Como Antes..
Nascida em Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945, Elis Regina desde pequena gostava muito de escutar o velho rádio da familia. Adorava ouvir Ângela Maria, Marlene, Dalva de Oliveira e outros cartazes da “Era de Ouro do Rádio”. Sobretudo Ângela Maria, seria forte influência para a formação artística da futura cantora.
Foi revelada no Clube do Guri, programa apresentado pelo Radialista Ary Rego na Rádio Farroupilha de Porto Alegre, ao vencer um concurso de melhor cantor/cantora mirim, em 1958.
Chegou a gravar um compacto simples. Seu enorme talento e as dificuldades de perseguir o sucesso nacional vivendo no Rio Grande do Sul ,porém, fizeram com que a jovem Elis, com o passar dos anos resolvesse alçar vôos maiores, indo morar inicialmente no Rio de Janeiro (1961), ocasião em que gravaria também seu primeiro LP “Viva a Brotolândia”. Em 1964 muda-se para São Paulo, onde permaneceria até o fim da vida.
Vivendo e Aprendendo a Jogar..
Lançada pela gravadora Continental como uma espécie de nova “Celly Campello”, inicialmente Elis não teria grande destaque. A consagração popular só aconteceria ao defender a música Arrastão (Vinicius de Moraes/Edu Lobo), no 1º Festival de MPB da TV Excelsior, em 1965, mudando radicalmente de estilo e podendo finalmente demonstrar a que veio.
Assina nesse mesmo ano com a CBD/Philips, e lança seu primeiro álbum por aquela etiqueta “Samba eu Canto Assim”. Nessa companhia discográfica, Elis permaneceria a maior parte de sua carreira, passando ainda pela WEA, EMI ODEON, e por último, Som Livre, para a qual registrou aquela que seria sua última gravação: “Me Deixas Louca”, versão de Paulo Coelho para a música de Armando Manzanero, “Me Vuelves Loco”. Tal sessão de gravação foi feita para a Som Livre, sob encomenda da Rede Globo, especialmente para integrar a trilha sonora da novela das 8 da época: “Brilhante”, de Gilberto Braga.
Última aparição de Elis na TV (Bandeirantes) (Dezembro de 1981)
Elis homenageada no último capítulo da novela Brilhante (Rede Globo) (1982)
Arrastão..
Em sua carreira de resplandecente brilho, Elis ajudou a trazer à luz do conhecimento do grande público, vários compositores que se revelariam notáveis para a MPB, como: Belchior, a dupla João Bosco e Aldir Blanc, Renato Teixeira, Milton Nascimento, Tavito, Zé Rodrix, entre vários outros.
Alguns dos Sucessos da cantora:
Arrastão (1965), Canção do Sal (1966), Upa, Neguinho (1968), Madalena (1971), Atrás da Porta (1972), Casa No Campo (1972), É Com esse que eu Vou (1973), Águas de Março *com Tom Jobim*(1974), O Mestre Sala dos Mares (1974), Como Nossos Pais (1976), Fascinação (1976), Romaria (1977), O Bêbado e a Equilibrista (1979), Alô, Alô Marciano (1980), Aprendendo a Jogar (1980) e Me Deixas Louca (1981).
Fascinação...
No trigésimo ano de sua ausência física, Elis Regina continua mais viva do que nunca na memória dos fãs, com sua arte rara imortalizada nos sulcos dos discos, na pista magnética das fitas , nos sinais óptico-digitais dos Cd’s e sobretudo na mente e corações de seus milhares de admiradores espalhados pelo mundo. A propósito: Para muitos ela continua sendo a melhor cantora do Brasil....
·Curiosidade: Elis foi a primeira pessoa a ter inscrita sua própria voz como “instrumento” na Ordem dos Músicos do Brasil.
Discografia
Discos em estúdio:
1961 - Viva a Brotolândia
1962 - Poema de Amor
1963 - Elis Regina
1963 - O Bem do Amor
1965 - Samba - Eu Canto Assim
1966 - Elis
1969 - Elis - Como e Porque
1970 - Em Pleno Verão
1971 - Ela
1972 - Elis
1973 - Elis
1974 - Elis & Tom (com Antônio Carlos Jobim)
1974 - Elis
1976 - Falso Brilhante
1977 - Elis
1979 - Essa Mulher
1980 - Saudade do Brasil
1980 - Elis
Discos ao vivo:
1965 - Dois na Bossa (com Jair Rodrigues)
1965 - O Fino do Fino (com Zimbo Trio)
1966 - Dois na Bossa nº 2 (com Jair Rodrigues)
1967 - Dois na Bossa nº 3 (com Jair Rodrigues)
1970 - Elis no Teatro da Praia
1978 - Transversal do Tempo
Compactos simples:
1961 - Dá Sorte / Sonhando
1961 - Dor de Cotovelo / Samba Feito pra Mim
1962 - Poporó Popó / Nos teus Lábios
1962 - A Virgem de Macarena / 1, 2, 3 Balançou
1965 - Menino das Laranjas / Sou sem Paz
1965 - Arrastão / Aleluia
1965 - Zambi / Esse Mundo É Meu / Resolução
1966 - Canto de Ossanha / Rosa Morena
1966 - Ensaio Geral / Jogo de Roda
1966 - Upa, Neguinho / Tristeza que se Foi
1966 - Saveiros / Canto Triste
1967 - Travessia / Manifesto
1968 - Yê-melê / Upa, Neguinho
1968 - Samba da Benção / Canção do Sal
1968 - Lapinha / Cruz de Cinza, Cruz de Sal
1969 - Casa Forte / Memórias de Marta Saré
1969 - Tabelinha Elis x Pelé (Perdão Não Tem / Vexamão) Elis cantando duas músicas de Pelé
1972 - Águas de Março / Entrudo
1972 - Águas de Março / Cais
1979 - O Bêbado e a Equilibrista / As Aparências Enganam
1980 - Moda de Sangue / O Primeiro Jornal
1980 - Alô, Alô Marciano / No Céu da Vibração
1980 - Se Eu Quiser Falar com Deus / O Trem Azul
Compactos duplos:
1966 - Menino das Laranjas / Último Canto / Preciso Aprender a Ser Só / João Valentão
1966 - Pout-Porri de Samba / Sem Deus, com a Família / Ué
1966 - Saveiros / Jogo de Roda / Ensaio Geral / Canto Triste
1968 - Deixa / A Noite do meu Bem / Noite dos Mascarados / Tristeza
1969 - Andança / Samba da Pergunta / O Sonho / Giro
1970 - Madalena / Fechado pra Balanço / Falei e Disse / Vou Deitar e Rolar
1971 - Nada Será como Antes / A Fia de Chico Brito / Osanah / Casa no Campo
1972 - Águas de Março / Atrás da Porta / Bala com Bala / Vida de Bailarina
1975 - Dois pra lá, Dois pra Cá / O Mestre-sala dos Mares / Amor até o Fim / Na Batucada da Vida
1976 - Como Nossos Pais / Um Por Todos / Fascinação / Velha Roupa Colorida
Circulou no caderno de cultura "Blitz" da rede de radios e jornais Diário da Manhã, encartado em comum nos jornais de Passo Fundo, Carazinho e Erechim (RS), em 27.01.2012 *Todos os direitos reservados pelo autor. Proibida a reprodução total ou parcial deste artigo, sem prévia autorização do titular.,