Nosso amigo, Valdir Comegno, acaba de lançar mais uma obra referencial para os pesquisadores da radioteledifusão, estudantes de comunicação social e simpatizantes. Trata-se do livro "História Através dos Tempos: Cinco Décadas de Rádio, Cinema e Teatro Paulista". Confira a resenha do Jornalista Marcelo Bonavides Castro, sobre essa fascinante obra:
A história de São Paulo sempre foi muito rica
e interessante. Isso se confirma com o livro Histórias através dos tempos, que apresenta vários aspectos do
rádio, cinema e televisão paulistana durante cinco décadas do século XX.
Valdir
Comegno consegue prender nossa atenção ao discorrer sobre a história da vida
cultural de São Paulo. Acompanhamos como o paulistano vivia nas primeiras
décadas do século passado, a chegada da luz elétrica em 1905, os cinemas, como
o Cine Santana ou o Cine Bijou-Theatre, a inauguração do Theatro Municipal de
São Paulo, em 1911, a Semana de Arte Moderna de 1922, o surgimento edificações
como o Palacete Santa Helena e o Edifício Martinelli, entre tantos outros
acontecimentos, como a Revolução Constitucionalista de 1932.
Entramos
na era do rádio em São Paulo, com a primeira emissora instalada na capital
paulista, a SQIG Sociedade Rádio Educadora Paulista, em 1924. Abre-se um
capítulo fascinante para nós, que temos a oportunidade de conhecer os
responsáveis pela bem sucedida trajetória do rádio nessa Capital. Rádio
Cruzeiro do Sul, Rádio Sociedade Record, Rádio Cosmos, são algumas das muitas
emissoras que tinham em seu elenco profissionais do quilate de Vicente
Leporace, Murilo Alves, Blota Jr., Agripina, Alzirinha Camargo, Raul Torres,
Capitão Furtado, Vassourinha.
Ainda
podemos sonhar com as radionovelas relembradas no livro e seus astros e
estrelas. Começamos a trajetória ainda em 1929, com um radioteatro apresentado
pela Companhia Teatral de Raul Roulien, na Rádio Educadora de São Paulo, e
chegamos aos anos 40 com a radionovela Quo
Vadis, de Otávio Gabus Mendes, que trazia no elenco Lia de Aguiar, Cacilda
Becker, Fernando Balleroni, Álvaro Augusto, e até o próprio autor como
radioator.
Revemos
emissoras como a Tv Tupi Difusora – PRF-3, de Assis Chateaubriand, marcando o
início de uma nova fase no Brasil, a era da Televisão. A programação de
inauguração das transmissões ocorreu em 18 de setembro de 1950 contou com
Homero Silva, seguido pela atriz Iara Lins e Lolita Rodrigues, que cantou o Hino da Televisão, da autoria de Marcelo
Tupinambá e Guilherme de Almeida.
Entre
outros marcos da história da TV, o livro nos traz ainda a inesquecível Hebe
Camargo, as primeiras telenovelas, programas de auditórios e programas humorísticos.
A
magia do cinema nos faz lembrar as grandes companhias Vera Cruz e Maristela e
de diretores como Adolfo Celi e Tom Payne.
Caiçara, Tico Tico no Fubá e O Cangaceiro são alguns filmes retratados, bem como as estrelas
Célia Biar, Tônia Carrero, Eliane Lage, Marisa Prado, Ilka Soares, Mazzaropi,
Anselmo Duarte, Renato Consorte, entre tantos outros.
A
música caipira tem sua história contada e bem representada por seus pioneiros
Cornélio Pires, Mandi e Sorocabinha, e com seus seguidores Cascatinha e Inhana,
Irmãs Galvão, Nhô Pai, e também a primeira dupla feminina, Irmãs Castro.
Um
dos pontos altos do livro são as biografias e depoimentos recolhidos pelo
autor. Juanita Cavalcanti, Solon Salles, Isaurinha Garcia, Dircinha Costa,
Neide Fraga, Cinderela, Elza Laranjeira, Lolita Rodrigues, leny Eversong,
Inezita Barroso, Germano Mathias, Osny Silva, Adoniran Barbosa, são alguns dos
retratados. O relato de artistas como Izaura Marques, Vida Alves, Cesar
Monteclaro, enriquecem nosso conhecimento e colaboram para contar uma
importante fase de nossa cultura.
Valdir
Comegno consegue reunir em seu livro toda a beleza e fascínio de uma época
especial para a cultura de São Paulo e do Brasil. Um registro de um tempo que
permanecerá inesquecível.