sábado, 20 de agosto de 2011

Pausa para a Jornada Nacional de Literatura/ Revista O Cruzeiro


Nos próximos dias, o caderno "Blitz" de cultura do Jornal Diário da Manhã estará voltado completamente para a cobertura da  14ª Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo - RS, evento que acontecerá de 22 a 26 de agosto, do corrente.  Deste modo ficaremos alguns dias sem atualizar o nosso blog.   Possivalmente estaremos de volta no dia 09 de setembro. 
A próxima matéria já está sendo depurada, mas até para efeito de surpresa, iremos manter o assunto em sigilo por enquanto... hehehehe




Estou nesse momento folheando uma velha edição da Revista O Cruzeiro, pertencente ao conglomerado "Associado" do pioneiro Assis Chateaubriand. Data da publicação 06.02.1954.
Em poucas páginas, já enriqueci meu cabedal cultural com ao menos cinco informações, que para alguns de vocês provalmente parecerão inúteis, para outros, no mínimo curiosas.



Página 03:

*Tiragem desse número da revista: 535.000 exemplares. (Gostaria de saber qual revista vende tanto assim hoje em dia)

* A Jornalista Geraldina Marx (que fará 100 anos em outubro próximo!!), na  mesma página, introduz a revista falando sobre "Mau Olhado".   Até ai, tudo bem. Esse assunto é recorrente em qualquer revistinha de horóscopo, simpatias e afins de qualquer época. Mas tem uma informação que considerei preciosa nas entrelinhas.  Até a época da publicação da revista, as pessoas do interior, (de lugarejos afastados), utilizavam o termo "mau olhado", para representar certo tipo de "quebranto". Já nas cidades, tal expressão encontrava sinônimo expresso no termo "olho gordo".  Nunca pensei antes, que em qualquer época, houvesse existido tal dicotomia urbana e rural que distinguisse o uso de tais termos...
 


Página 05.

Consta desta página, um anúncio de um produto chamado "Toni", voltado para a beleza capilar feminina.
Hoje, as mulheres que desejam ondular ou encaracolar seus cabelos dizem que irão ao instituto fazer um "permanente".  Ora, a priori, a palavra "permanente" não significa nada sozinha. Permanente sugere que ALGO permaneça.... E o que seria esse algo?
A caixa desse produto de nome "Toni" esclarece:  
 Toni: Ondulação Permanente..  Zássssssss!  Ai está....  Como a lingua é "viva", com o passar dos anos as mulheres curiosamente optaram por abolir a palavra que mais identifica o processo de "embelezamento" que tanto gostam de aplicar às suas madeixas.  Desse modo, o que restou foi um evasivo, dúbio e mal-explicado "permanente", para cognominar tal procedimento estético-capilar  Boa, não?
 


Páginas 06 a 11

O Casamento de Marilyn Monroe.  Após matéria ricamente ilustrada, a respeito do conúbio de tal personalidade da 7ª arte, a revista interpelou algumas figuras importantes brasileiras de então, pedindo-lhes que se manifestassem sobre as bodas da sensual artista norte-americana. Uma das figuras a responder tal enquete, foi o Ministro da Justiça da época, um "tal" Tancredo Neves,  figura que 30 anos após, à 15.01.1985, seria nomeado por um "colégio eletivo", o primeiro presidente não-militar do Brasil após longo período de governo ditatorial.. Neves contudo, como é de domínio público, não chega assumir a pasta, por conta da saúde debilitada e do enorme período de convalescência que percorreu antes de seu passamento, ocorrido a 21.04 daquele mesmo ano. Em seu lugar, assumiu o mais elevado posto na escala política brasileira, o  maranhense José Sarney.


Página 12
Outro anúncio. Desta vez de um sofá-cama da griffe "Drago".  Tal anúncio fazia uma retrospectiva ao ano de 1935, dizendo que na época os prédios começavam a crescer no sentido vertical, surgindo assim os primeiros arranha-céus, e com eles os indefectíveis apar(per)tamentos de poucos metros quadrados - como o meu, por exemplo - hehehe. Para aquele momento, a Drago lançara no Brasil o PRIMEIRO MÓVEL CONVERSÍVEL. O Sofá-cama Drago!!  Desse modo, assim de chofre, descobri o ano em que foi fabricado o primeiro "sofá-cama" no Brasil, e de quebra, o que levou o fabricante a lançar tal funcionalidade doméstica!
 
PS. Tem gente que diz que ler "revistas velhas" pouco ou nada acrescentam. Será?

2 comentários: